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Após morar 5 anos nas ruas, jovem se forma em Direito, mostrando verdadeiro exemplo de superação

 


A história de força, determinação e superação de Walisson Pereira da Silva, de 32 anos, é digna de aplausos. O jovem, que morou nas ruas durante cinco anos, conseguiu se formar em Direito e agora quer ajudar os outros, como defensor público.


Walisson viveu durante 5 anos na rodoviária do Plano Piloto, em Brasília. Dormia na rua, pedia esmola, comia alimentos que tirava do lixo, estudava em bibliotecas públicas, mas nunca perdeu a esperança.


Há dois meses, ele se tornou bacharel em direito, depois de prestar o Enem e conseguir bolsa em uma faculdade particular de Brasília.


A cerimônia de formatura será no fim de março, com direito a festa totalmente paga pela empresa de eventos, que conheceu e se comoveu com a história do jovem.


Ajuda

Para se preparar para “o grande dia”, Walisson criou na época uma vaquinha online para arrecadar fundos para um tratamento dentário e, ainda, conseguir recursos para se manter, já que está desempregado. “Estraguei meus dentes com essa vida nas ruas e, hoje, um grupo de amigos se juntou para pagar meu aluguel”, disse ao G1.


Com as despesas mensais entre alimentação, transporte e aluguel, Walisson paga cerca de R$ 750. “Também preciso me manter para passar no Exame de Ordem [dos Advogados]. Quero ser, acima de tudo, um defensor público.”


História

Aos 18 anos, Walisson conta que foi obrigado pelo pai a abandonar os estudos, no nono ano do ensino fundamental. Ele conta que sofria violências físicas, por isso fugiu de casa e foi viver nas ruas.


Durante esse período, em 2003, o jovem diz ter sido vítima de outros tipos de violência fora de casa e, a cada instante, pensava “se seria o próximo a morrer”, lembra.


“Vi várias pessoas morrendo na minha frente. A rodoviária é um lugar triste, e só sabe disso quem viveu”.


A virada

A vida começou a mudar quando o jovem foi ajudado por um homem que o encontrou em uma parada de ônibus, na 904 Sul.


Ao perceber a vontade dele em voltar a estudar, o rapaz ofereceu um comprovante de residência para que Walisson se matriculasse em uma escola pública e concluísse os estudos.



“Eu ia sujo para sala de aula, passava a noite toda acordado pedindo esmola, acordava com sol quente no rosto, era uma saga triste”, lembra.


Conhecimento é poder

“Me emociona lembrar o quanto eu queria sair das ruas. Eu sabia que os estudos eram a única forma de eu sair daquele lugar.”


“Conhecimento é poder, e quem tem conhecimento não aceita qualquer coisa na vida como opção”, afirma Walisson.


Em 2010, Walisson concluiu o ensino básico no Centro de Ensino 123, em Samambaia e focou no Exame Nacional do Ensino Médio, Enem.


Ele buscava refúgio em bibliotecas da capital. As horas dedicadas aos livros resultaram na aprovação em uma faculdade particular um depois, com 100% de financiamento no valor da mensalidade.



Com medo de ser discriminado, Walisson escondeu por um bom tempo a condição de morador em situação de rua.


“Eu tinha medo de descobrirem minha história, sentia vergonha, e dizia que estava sujo porque vinha do trabalho”, lembra.


Casa nova

No segundo ano do curso de direito, em 2016, Walisson conseguiu um estágio e, com o salário, conseguiu pagar um aluguel em Samambaia. Dos R$ 800 da bolsa, R$ 700 ficavam comprometidos todos os meses com as despesas da casa.


Walisson concluiu o curso e, em dezembro do ano passado, se tornou bacharel em direito. Formado, mas ainda desempregado, ele sonha em conseguir um emprego para se manter.


Para ele, o próximo passo, agora, é se tornar um advogado e, futuramente, atuar na Defensoria Pública.


Walisson escolheu o direito na tentativa de ajudar outras pessoas que, assim como ele, “tiveram o acesso negado à educação, à justiça e a todos os direitos básicos”, diz.


“Escolhi o direito porque vi tantas injustiças acontecerem no coração da capital do país, tantos direitos sendo violados, e quis ajudar as pessoas a mudarem de vida”, concluiu.


Fonte: Só Notícia Boa.

Comentários

  1. Eu era morador de rua, passei em concurso publico e me formei em Engenharia. Hoje sou mestre em Meio Ambiente e professor. Estou aposentado. Sem querer diminuir a vitoria do rapaz, hoje é mais fácil que no meu tempo (anos 80).

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