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Por que os professores temporários são os mais desvalorizados? Entenda

 


Não importa como ele é conhecido no seu estado, PSS, PST, ACT, Reda, Categoria ( L, O, S), Emergencial, Eventual, substituto e etc, os professores de contrato temporário são os responsáveis por fazer a educação pública no país funcionar. E por isso, são de vital importância para as redes Estaduais e Municipais de Ensino e prestam um relevante serviço público à população, mas a importância que esses professores tem para educação no país não é repassada em termos de valorização. 



Sem os professores temporarios, milhões de alunos ao redor do Brasil estariam nesse momento sem aula de diversas matérias importantes como matemática, português, pedagogia, história, física entre outras. No entanto, são profissionais desvalorizados em todos os sentidos possíveis em que se pode desvalorizar um profissional no Brasil. Dizer por exemplo que eles são mau renumerados é pouco, podemos dizer que em alguns lugares é um regime semelhante ao de um trabalho escravo. Talvez voce se pergunte, como um profissional tão requisitado e importante pode ser tão desvalorizado?


Para começarmos a responder essa pergunta, temos que entender primeiro a situação complicada que os  professores das escolas públicas no Brasil enfrentam:

• Pressão de calendário apertado e falta de tempo para assuntos importantes relacionados com o trabalho (sua preparação, correção de provas, atividades de programação, etc.)

• O grande número de alunos por salas. O que não permite um acompanhamento individual do progresso de cada aluno, comprometendo diretamente o aprendizado.

• A falta de disciplina por parte dos alunos, com reincidência de casos absurdos de comportamento errado.

• Má gestão da educação por parte de políticos despreparados, e isso para não falar da corrupção.

• Excesso de burocracia que os professores são submetidos.

• A falta de realização pessoal: respostas negativas em relação a si mesmo e trabalho.


Os políticos administram a educação no país como um eletricista que precisa fazer a iluminação de um grande evento, mas tem pouco tempo. Na hora do desespero o que ele faz? Isso mesmo, um monte de "armengue e gambiarras". E é assim que os políticos fazem com a educação! está faltando professor? Então lança aí um edital emergencial instantâneo de qualquer jeito e redigido as pressas. E muitas vezes nem edital tem, simplesmente o professor ta contratado para receber uma merreca e pronto.


As situações descritas acima leva o professor a uma exaustão emocional: que é caracterizada pela perda progressiva da energia gerando desgaste, cansaço, fadiga, depressão e etc. Este é um pequeno resumo do cenário que os professores enfrentam.


Vai melhorar um  dia? 

Mas se é tão ruim, por que esses profissionais aceitam esse trabalho?  O sistema de professores temporários no Brasil se alimenta em geral de profissionais desempregados, em inicio de carreira buscando por experiência, ou que ainda estão cursando faculdade. Observe que em todos esses casos são pessoas na sua maioria desesperadas para trabalhar. 


Fica claro que a mudança não pode partir daí, vejo muitos comentando nas redes sociais a seguinte frase:

“Se valorizem, não aceitem esses empregos que pagam tão mal”

Quando a gente ler fora de contexto é até bonito, mas na pratica imagine se uma pessoa desempregada há meses e cheia de dívidas, talvez até sem ter dinheiro para se alimentar, vai deixar de aceitar uma vaga de emprego. E um outro fator que beneficia esse sistema errado é que os professores não são mais uma classe unida, por exemplo, a grande maioria daqueles que não precisam mais do serviço temporário não estão mais nem aí pro assunto, talvez até compartilhem esse texto, mas não vão comprar essa guerra.


Gostaria de deixar aqui no final uma mensagem de que aos poucos a educação no país vem melhorando, mas não é o que realmente acontece. Muitos profissionais, não apenas os professores, ainda enxergam os problemas no Brasil como separados e sem ligação, os problemas da saúde são dos médicos, enfermeiros e doentes, os problemas da violência são dos policiais e vítimas, e os problemas da educação são dos professores e alunos, ou seja, o pensamento de muitos é o seguinte: se o problema não está me atingindo diretamente então não é problema meu, cada um que faça seus protestos e corra atrás dos seus direitos. 


É verdade que muitos estão por aí lutando pelos direitos dos temporários, no entanto, todos precisam entender que não podemos vencer essa luta sem união, um único pedaço de vareta é fácil de quebrar, mas você já tentou quebrar várias varetas juntas? É preciso que todos mostrem que querem melhorias e mudanças, que essas promessas de um Brasil melhor não fique apenas nas palavras.

Texto baseado em redação feita por um ex-aluno de escola pública. 




Comentários

  1. Nós não somos uma classe, somos uma categoria Profissionais da educação/Professores e pertencemos a classe trabalhadora. Precisamos mudar quem pode mudar essa situação, temos que eleger progressistas trabalhistas e não a classe dominante. Precisamos apoiar e integrar nossos sindicatos a fim de fortalecer nossas lutas por nossas demandas. Precisamos respeitar a nós mesmos. #vote13 onde vc estiver e para todos os cargos. Vamos derrubar mitos e fantasias neoliberais. Prof. Edi Silva - PSS PR

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  2. Como licenciado há menos de um ano, foi bastante desafiador encarar um cenário em que eu não tinha qualquer orientação da minha instituição de como proceder a fim de iniciar meu exercício profissional de fato. Encarei uma dezena de escolas, apresentando uma numwrosa documentação, planos de aula e enfrentando bancas em apresentações. O resultado era divulgado (quando era) de forma precária e não tenho até hoje respostas quanto a possíveis aproveitamentos a partir de uma lista de classificáveis. É tudo muito precário. Graças a Deus, em uma escola recebi um retorno positivo e fui contratado, mas fico pensando em quem não teve essa felicidade.

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